Personagens da Orla: conheça a história de Paulo Gregório

Personagens da Orla: conheça a história de Paulo Gregório 3

O empreendedor que entrega criatividade e bom humor em um só negócio

As praias cariocas, além de muita beleza, agregam variadas histórias, contos, culturas diversas que precisamos mesmo conhecer. Pensando nisso, o papo de hoje faz parte da série que  apresenta os verdadeiros personagens da praia  — as figuras marcantes que fazem deste ambiente o seu grande negócio, ou simplesmente um cantinho especial.  

Na intenção de se reinventar e manter o trabalho ativo, o empreendedor, morador do Rio, que há 20 anos faz das areias das praias da Zona Sul o seu escritório, dá aulas e palestras de como o alto astral e a criatividade, podem salvar o dia e ainda render bons lucros. Paulo Ney Gregório, de 48 anos, é carioca e vendedor ambulante de bolsas 100% sustentáveis, produzidas somente com o lacre das latinhas descartadas na praia, e linha de crochê. 

Com um espírito alegre e carisma extraordinário, Gregório conta que o seu trabalho, ao mesmo tempo que encanta, representa um mecanismo de sobrevivência, já que a oferta de trabalho formal no Rio ainda é escassa. “O brasileiro já nasce com o dom da criatividade, o carioca então, já chega no mundo formado em marketing, e eu sempre fui um cara criativo. Comecei só catando latas para troca na reciclagem e nas minhas andanças na praia, sempre vi o foco de fazer dinheiro. Percebi que as mulheres usavam muitas bolsas, foi aí que pensei em criar as bolsinhas do lacre de latinhas, que eu já pegava na praia e deu certo”, contou Gregório. 

Com o enredo na ponta da língua, Ney encanta cariocas e turistas oferecendo as bolsas cantando o “encaixa, encaixa, encaixa e puxa, puxa, puxa, demonstrando que as bolsas se adequam a variados formatos. É importante ressaltar que este é um trabalho realizado de forma totalmente artesanal. De acordo com Ney o seu maior sonho é construir um capital de giro e com isso poder criar uma equipe para aumentar a produção e por conseguinte o faturamento. Ele conta que com a ajuda das redes sociais, os pedidos triplicaram Ney leva quase cinco dias, utilizando aproximadamente 455 latas para produzir uma das bolsas campeãs de vendas. 

Após a notoriedade que o empreendedor conquistou através da internet, pessoas de diversos lugares do Brasil passaram a ajudá-lo com a matéria prima.“Hoje eu não preciso gastar um tempo para retirar lacres das latinhas espalhadas pelas praias e ruas, as pessoas, até mesmo de outro estado começaram a juntar e enviar pelo correio. Nossa, isso me ajudou muito”, confessou o carioca. 

Apesar de seus altos e baixos, o Rio continua sendo um berço inegável da criatividade brasileira. O terreno fornece uma dose árida de barreiras e limites, aquela quantidade certa para que a inovação seja necessária.

Sem dúvidas a praia é um dos lugares mais democráticos que existem. Nela cabem a vibe positiva, aquele espírito carioca de todas as idades, as crenças e culturas e os esportes, é claro. No Rio, a gente junta todos os estilos de vida e nos reunimos na mesma busca — aproveitar a vida no melhor lugar da cidade. 

 

 

VOCÊ VAI GOSTAR DE VER TAMBÉM…